A queda dos números de circulação evidenciam a crise vivida pelos jornais diários brasileiros. Só no ano passado, entre janeiro e dezembro, segundo dados do IVC (Instituto Verificador de Circulação), a tiragem dos 16 maiores veículos juntos foi diminuída em 8,4%, o que representa 205 mil exemplares a menos, diariamente. É como se o quinto maior jornal brasileiro tivesse parado de ser impresso. Aliado a isso, há a redução do valor aplicado em anúncios. De 2000 a 2003, segundo a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes), houve decréscimo de 9,5% da soma investida pelos anunciantes em jornais. A baixa nos números começou no ano 2000, reflexo da instabilidade da moeda em relação ao dólar, que fez aumentar o preço dos insumos (especialmente o papel de imprensa), engrossar a dívida dos empresários que haviam investido em parques gráficos poucos anos antes e reduzir o poder de compra dos leitores. O mais preocupante é que mesmo em economias estáveis a crise dos jornais também é detectada. Em todos os 15 países da União Européia, por exemplo, registrou-se, durante o ano de 2002, queda média nas tiragens acima dos 2%, correspondentes à redução de 1,6 milhão de exemplares/dia. E esse cenário já se repete por lá há seis anos.